Pensa em um cara do contra. Sim aquele cara que chegou na história para chutar o balde e propor, por meio da sua filosofia, um caminho completamente contrário ao que era proposto em sua época. Sua forma de apresentar seu pensamento e a ideia que sua filosofia trazia influenciou muitos famosos pensadores durante a história e até hoje surpreende e influência a muitos. Então, no vídeo de hoje vamos falar de Friedrich Nietzsche.
Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo, escritor e crítico de grande influência. Nascido na Alemanha, era filho, neto e bisneto de pastores protestantes e ainda cinco anos de idade ele ficou órfão de pai, ficando aos cuidados da mãe, da avó e da irmã mais velha.
Tudo caminhava para que Nietzsche seguisse os passos do pai e se torna-se um pastor, com isso dedicou-se muito à leitura de Bíblia e aos 14 anos recebeu uma bolsa de estudos para prepara-se para o pastorado, mas, em meio aos seus estudos religiosos, combinados à literatura alemã e a pensadores clássicos, começou a questionar alguns pontos fundamentais do cristianismo, então, adeus pastorado.
Nietzsche formou-se em 1864 e continuou seus estudos em Teologia e Filologia Clássica. Em 1883, Nietzsche publicou um dos seus livros mais conhecidos: “Assim Falava Zaratustra”. Nesta obra, estão as ideias chaves do pensamento de Nietzsche: a ideia de Super-Homem, de Transmutação de Valores, de Espírito Senhoril e a ideia de Eterno Retorno. Em suas ideias, apresenta duras críticas, principalmente à moral cristã.
Após conhecermos um pouco desse pensador, é hora de refletirmos sobre sua filosofia. Destaco aqui uma consideração muito importante: O pensamento de Nietzsche é muito vasto, influenciando assim muitas áreas da filosofia, mas por hora vamos nos ater a dois pontos: A crítica de Nietzsche ao racionalismo e à moral.
O fato é que desde o início da Filosofia, o homem enfatiza de forma considerável à sua racionalidade. Assim, até a Modernidade, a razão esteve no centro de inúmeras reflexões filosóficas, sendo considerada capaz de desvendar a realidade e a si mesma.
Mas o cara do contra, sim, ele mesmo, Friedrich Nietzsche questionou as teorias mais tradicionais e seus fundamentos. Nietzsche entendia que tais ideia não passavam de criação meramente humanas. Considerava que, diante da ciência de uma existência trágica, dolorosa e terrível, atribuir razão à existência e aos acontecimentos ajudava a suporta-la.
Outro ponto de forte crítica de Nietzsche foi a ideia de “verdade”. Enquanto muitos pensadores buscavam uma “verdade absoluta”, e cada um achava a “sua verdade”, Nietzsche atendou-se a essa existência de “diversas verdades”.
Segundo ele, o homem motivado pela vontade de verdade, pelo desejo de encontrar uma verdade capaz de justificar sua existência e dar-lhe um sentido, o ser humano navega entre as teorias criadas historicamente e a criação de novas teorias, atribuindo o valor de verdade ao que lhe parece interessante.
Porém, para o filósofo esse tipo de “verdade”, em especial quando ela transferia o sentido da existência humana a alguma instância exterior, como o céu, a vida eterna ou uma vida após a morte como ensinava o cristianismo por exemplo, não fazia sentido, era apenas mais uma “verdade” dentre tantas outras
Com isso era impossível para Nietzsche considerar como absoluto os valores tradicionais. Neste contexto, até o conceito de bem e mal, verdadeiro e falso, tornam-se relativos, e até mesmo os aspectos racionais da natureza humana. Seu pensamento trouxe à tona aspectos não racionais da natureza humana, como os instintos vitais, o desejo, a vontade de potência ou vontade de poder, a força e a guerra.
Em meio a uma época onde a racionalidade humana era de certa forma supervalorizada, Nietzsche dedicou-se a desvendar as origens dos principais conceitos e valores defendidos pela tradição racionalista. Assim, denunciou que eles foram criados em circunstâncias determinadas, ainda que a maioria os julgasse eternos, propondo assim a inversão dos valores considerados tradicionais. Daí a ideia de antirracionalismo na filosofia de Nietzsche, pois questionava o racionalismo moderno, negando assim a possibilidade do conhecimento verdadeiro e absoluto.
Outro balde que Nietzsche chutou foi no campo da ética. Cai pra nós, não poderia ser diferente. Embalado pela sua crítica à racionalidade da época, principalmente sobre verdades absolutas, e sua dura crítica à moral cristã, Nietzsche propõe que a moral deveria ser submetida à vida e não valores externos à própria existência humana, daí a ideia de transvaloração.
Seu pensamento foi marcado por uma forte defesa a força vital do ser humano, a qual ele considerava o único valor absoluto. Para ele, submeter a força vital à valores considerados absolutos, era um grande erro.
Neste contexto, Nietzsche defende a ideia de que o indivíduo verdadeiramente forte seria aquele que não negasse a vida, que não submetesse os seus instintos em favor de “outra realidade”, como por exemplo o céu dos cristãos.
Com isso a conclusão que obtemos é que Nietzsche entende a necessidade do homem obedecer ao impulso vital, pois como um ser da natureza, luta pela sobrevivência, combate para crescer, torna-se predominante, não a partir de qualquer moralidade ou imoralidade, mas porque é um ser vivo e porque a vida é simplesmente vontade de poder ou vontade de potência.
E então pessoal, O que acharam? Fico por aqui então, forte abraço a todos e até+
Professor Joceilton S. Lemos
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