Teoria da iluminação divina em Santo Agostinho
Um dos maiores pensadores Cristão dos primeiros séculos chamava-se Aurélio Agostinho, conhecido também como Santo Agostinho. Nascido em 354, Agostinho foi de grande importância não somente para a filosofia mais também para a teologia.
Uma das concepções filosóficas mais interessantes de Santo Agostinho é sobre a origem e a forma do conhecimento. Lembra de Platão? Então, Agostinho caminhou mais em direção de Platão quanto sua teoria do conhecimento. Na verdade, acaba por cristianizar as teorias Platônicas, fazendo é claro, alguns reparos significativos.
Agostinho defendeu a tese de que todos os seres e objetos sensíveis, ou seja, percebidos pelos sentidos, correspondiam a ideias presentes no intelecto divino. Entenda que Agostinho sustenta a ideia Platônica de que, o que conhecemos sobre alguma coisa não está na coisa em si, mas na ideia preexistente dessa coisa, no entanto na teoria Agostiniana, essas “ideias” estão no intelecto divino, ou seja, na mente de Deus.
Neste contexto, Agostinho considera a real possibilidade do conhecimento verdadeiro e, segundo ele, Deus seria a garantia da verdade e da possibilidade do conhecimento. Por isso Agostinho distingue de forma sistemática o conhecimento com sua origem em objetos sensíveis, bem como em realidades não sensíveis.
Para explicar melhor, imagine um cachorro. Então, segundo Agostinho, quando conhecemos por meio dos sentidos determinado cachorro, esse conhecimento é instável, pois é exterior ao sujeito cognoscente. Segundo ele, tais objetos, no caso o cachorro, agiriam sobre o corpo, modificando-o.
Essas modificações, por sua vez, seriam percebidas pela alma, que produziria imagens semelhantes àqueles objetos e que corresponderiam às sensações. Por exemplo, o medo que você tem de cachorro torna todo o conhecimento possível sobre determinado cachorro instável. Por isso, em relação às sensações, o corpo seria passivo; e a alma, ativa.
Por outro lado, Agostinho entendia que o conhecimento seria verdadeiro e estável quando se referisse a realidades não sensíveis, consideradas eternas e imutáveis, como as regras da Matemática ou os princípios éticos. Por exemplo: 4 +4 = 8; o triângulo é uma figura de três lados e três ângulos; deve-se fazer o bem e evitar o mal.
Segundo Agostinho, a primeira forma de conhecimento, limitada aos sentidos, não alcançaria a verdade, mas a segunda sim. Afinal, a verdade não poderia fundamentar-se no homem, um ser mutável e imperfeito. Precisaria de um fundamento perfeito e transcendente, que o filósofo encontrava na figura de Deus. No entanto, sendo imperfeito e limitado, como poderia o homem alcançar o conhecimento perfeito da verdade?
Neste contexto surge então a TEORIA DA ILUMINAÇÃO DIVINA de Santo Agostinho. Essa teoria defendia a ideia de que a alma humana traz em si o conhecimento da verdade, porém necessitava da luz divina para torná-la inteligível. Sendo assim, o conhecimento verdadeiro seria o resultado da iluminação divina que permitiria ao homem a contemplação das ideias ou das formas, as quais, por sua vez, presentes no intelecto divino, fundamentavam a realidade criada por Deus.
Portanto, a teoria do conhecimento de Agostinho preocupava-se principalmente em oferecer provas racionais da existência de Deus, o fundamento de toda a verdade. Além disso, ela previa a possibilidade da experiência mística, na qual o homem contemplaria não só as ideias iluminadas pela luz divina, mas a própria luz, atingindo uma compreensão de Deus que transcenderia as possibilidades do pensamento e da linguagem humanos.
Então pessoal, por hoje é só Forte abraço a todos e até a próxima!
Professor Joceilton Lemos
Deixe um comentário