Na idade média o acesso as obras filosóficas dos pensadores clássicos eram bem limitadas, como isso, quanto estudavam por exemplo, os textos de Aristóteles, estudavam por meio das obras de outros autores, sendo os principais Porfírio, que era Grego e Boécio, que era Romano. A grande treta que se formou nessa época relacionava-se entre as ideias e conceitos, sobre o mundo das coisas e o mundo da linguagem. A questão era se tais gêneros e espécies são realidades subsistentes em si ou simples concepções do nosso do pensamento?
Quer um exemplo. Bem, imagine um cachorro, então o conceito que você tem de cachorro é algo existente apenas no seu pensamento? Ou em cada cachorro existe uma “cachorricidade” que permite reconhece-lo como um cachorro? Imagine então o homem! O conceito de homem é existente apenas em sua mente? Ou será que cada homem carrega, de forma substancial, algo que nos faz defini-lo como homem? A treta segue bem mais empolgante, pois vários filósofos tentaram responder tais questões, cada um de um jeito é claro. Vejamos então as principais:
- Resposta nominalista – Roscelin de Compiègne, século XII – Os universais não passavam de nomes, palavras vazias (flactus vocis) que nada indicavam na realidade.
- Resposta realista – Guilherme de Champeaux, século XII – Os universais existiam como coisas: os indivíduos de uma espécie eram uma só res, diferindo entre si por acidentes. Por exemplo: Platão e Aristóteles eram acidentes da res homem.
- Resposta conceitualista – Pedro Abelardo, século XII – Existiam os símbolos e os universais eram seus predicados; eram conceitos, ou seja, palavras que significavam algo, nomeando semelhanças entre coisas. Humano é um conceito que expressa as semelhanças entre os seres humanos existentes.
- Resposta tomista – Tomás de Aquino, século XIII – os universais existiam antes das coisas como ideias no intelecto divino, nas coisas, como essências, e fora das coisas, como conceitos no intelecto humano.
- Resposta terminista – Guilherme de Ockham, século XIV – os universais eram conceitos, termos no pensamento, e não com realidade nas coisas. Humano é uma ideia com realidade lógica, e não ontológica, uma vez que se encontra no pensamento, e não no mundo. É também uma ideia com uso linguístico, presente em proposições lógicas.
Prof. Joceilton S. Lemos
Deixe um comentário