Quais são os tipos de conhecimento?

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Hoje parei para refletir sobre algumas questões, e preciso da sua ajuda! Imagine uma sala com quatro personagens sentados em um sofá. O primeiro é o Yoda, o grande mestre Jedi da saga Stars Wars. O segundo é Platão, um grande nome da filosofia ocidental. O terceiro é Pedro, considerado um dos principais apóstolos de Jesus e o primeiro Papa. E o quarto é Albert Einstein, o qual dispensa apresentações. A questão aqui é: Qual deles possuem mais sabedoria? Quem conhece mais? Quem é mais sábio? Difícil a questão não é mesmo? Para nos ajudar a resolver essa questão, te convido a refletir comigo sobre os tipos de conhecimento.

Se pedíssemos ao experiente Yoda para pregar um sermão, talvez teríamos um problema. Mas se solicitasse para filósofo Platão explicar a teoria da relatividade, provavelmente ele não conseguiria, ao menos como Albert Einstein. Imagine então pedir a Apostolo Cristão Pedro para nos ensinar sobre a força de um Jedi, não chegaríamos a lugar nenhum. Agora o que seria do Físico Einstein filosofando sobre o mundo sensível e o mundo inteligível? Acho que prefiro aprender sobre isso com Platão.

Em todas as épocas, culturas e lugares o homem sempre se dispôs a buscar o conhecimento. Movido pelo impulso de descobrir a verdade, a origem e a causa dos fenômenos, e de encontrar e entender até mesmo o seu papel na existência, a busca do conhecimento foi o impulso que fez o homem deixar a gélida, escura e solitária caverna, para construir cidades, sistemas de governos, maquinas, automóveis, computadores, naves, e até mesmo chegar às estrelas.

O conhecimento está diretamente ligado ao homem, à sua realidade. Na busca de compreender o meio em que vive, e a partir de pressupostos de interação entre o homem e o mundo em sua volta, surge o conhecimento. Com isso, é no surgimento dessa interação, e na forma de explicar a própria compreensão da realidade, que encontramos as diversas formas de conhecimentos.

De uma forma geral, podemos definir quatro áreas de conhecimento, que atuam de formas distintas, mais nada impede que exista uma interação entre uma ou outra. Podemos afirmar então que o conhecimento passa por várias vertentes, tais como: o conhecimento empírico, o conhecimento teológico, o conhecimento científico e o conhecimento filosófico.

Todo ser humano se apodera gradativamente do conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diariamente e com isso, adquire conhecimento nessa interação. Esse tipo de conhecimento é o conhecimento empírico, ou  seja, é adquirido através da experiencia, da convivência constante com fatos e relações semelhantes.

Nesse conhecimento não existe uma preocupação direta com o ato reflexivo, pois ocorre espontaneamente. Por exemplo, um pescador experiente é capaz de saber qual o melhor momento para sua pesca e qual o melhor lugar. Esse pescador, através da experimentação dos fatos, do acumulo do conhecimento por meio das experiências vividas, consegue apresentar grande sabedoria, torna-se um sábio em sua área de atuação.

Quando o conhecimento é voltado para a fé, ou seja, para verdades que não podem ser experimentadas por métodos científicos, dizemos que o conhecimento é religioso ou teológico. Neste contexto, não existe uma preocupação com a verificação, pois o sagrado é explicado por si só. Em tal conhecimento as verdades são absolutas, as quais apenas a fé pode explicar.

Quando analisamos livros sagrados por exemplo como a Bíblia, o alcorão, os vedas, percebemos que a centralidade do conhecimento está na crença, ou seja, na fé. Em suas diversidades, esses e diversos outros livros lidam com a espiritualidade do homem, com um conhecimento alcançado por meio da fé.

Um outro tipo de conhecimento que podemos apresentar é o científico. Tal conhecimento surge da dúvida ou de um problema, que consequentemente nos leva a busca da comprovação concreta, que por sua vez gera leis válidas. O conhecimento científico é passível de verificação e investigação, e faz uso de métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias, as quais reagem a relação do sujeito com a realidade.

Na aplicação deste método, por exemplo, Isaac Newton buscou explicar a simples queda de uma maça. Através da aplicação de pesquisas, estudos, e métodos científicos, concluiu que a maçã caiu na terra porque sua massa foi atraída pela massa da terra, com isso Newton chamou essa força de gravidade, consolidando por tanto, no campo científico a “Lei da gravitação universal”.

Agora, quando o conhecimento surge da relação do homem com seu dia-a-dia e preocupa-se com respostas e especulações dessas relações, afirmamos que tal conhecimento é filosófico. O conhecimento filosófico não é estático, pois está em constante transformação, fazendo uso da reflexão e da crítica. Ele é racional, mas não está preocupado com a verificação.

Um filósofo é um agente extremamente atento a realidade em sua volta, não apenas a realidade objetiva, ou seja, a tudo que está diante dos seus olhos, mas também a realidade subjetiva, tais como o próprio pensamento, conceitos, motivações, emoções, virtudes, etc. Nesse conhecimento, a principais ferramentas são a reflexão, o questionamento, o desejo de alcançar o conhecimento.

Com isso, acredito que agora podemos responder nossas indagações no início do vídeo. De volta à nossa sala e a nossa questão inicial:  Qual deles possuem mais sabedoria? Quem conhece mais? Quem é mais sábio? A resposta é: Todos, mas cada um em sua área. Então, no universo Star Wars, com sua vasta experiencia o mestre Yoda é o mais sábio. Já entre os Cristão, o apostolo Paulo é incomparavelmente mais sábio com suas palavras divinamente inspiradas. Na ciência, Albert Einstein é incrivelmente sábio com suas teóricas. E na filosofia, não é em vão que Platão é estudado há mais de dois mil anos. Incrível ne?

Bem pessoal, por hoje é só! Forte abraço a todos vocês e até a próxima.

Professor Joceilton Lemos

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