Ética discursiva

Ética discursiva

A Ética discursiva de Habermas

Já ouviu um dito popular que diz: Com uma boa conversa tudo se resolve? Então, um grande pensador alemão contemporâneo acredita muito nessa tese, a ponto de basear sua filosofia nessa ideia. Sua Ética discursiva surge da ideia de que é possível contribuir para a solução de problemas contemporâneos por meio da comunicação.

Isso mesmo, por meio de uma boa conversar seria possível resolver e evitar conflitos que colocava em risco a vida de milhares de pessoas. Aquela ideia iluminista de conceder grande ênfase a razão e que, a razão seria capaz de elevar o homem a outro patamar, foi bem questionada diante do grande genocídio que foi a 2º guerra mundial, e neste contexto ele apresenta o que entendia como uma nova forma de racionalidade, uma racionalidade baseada da discussão, chamada de razão comunicativa. No vídeo de hoje vamos falar sobre Habermas seu conceito de ética discursiva.

Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo nascido na Alemanha em 1929 e membro da Escola de Frankfurt. Foi assistente de Theodor Adorno, cooperando com este na crítica ao positivismo lógico, especialmente à influência deste na sociologia. Habermas realizou diversas pesquisas empíricas sobre temas políticos atuais, o que o aproximou das novas interpretações sobre o marxismo do século XX.

Como uma vasta quantidade de obras, Habermas possui um grande legado de ideias e teorias para a compreensão da política, da ética e da comunicação. Dentre suas obras, podemos destacar “Teoria da ação comunicativa”; “Consciência moral e agir comunicativo”; “Inclusão do outro”; entre outras.

Diante de todo o pano de fundo construído no mundo resultante a 2º guerra mundial, Habermas enxerga a necessidade de formular uma nova interpretação da racionalidade. Já que todos os ideais iluministas falharam em sua proposta de, através da razão, levar o homem a um estado de evolução ética, Habermas propõe o que ele chama de ética discursiva, na qual ele entende ser plenamente possível contribuir para soluções de problemas contemporâneos por meio da comunicação.

Habermas afirma que a reflexão ética deve ser centrada na coletividade, no interesse coletivo e nunca individual, dando continuidade a tese moral de Kant quanto ao imperativo categórico, diante disso, o entendimento entre os indivíduos é fundamental, e tal entendimento se dá por meio do diálogo argumentativo. Tal diálogo deve ser pautado na liberdade das pessoas, oferecendo possibilidades mínimas para a compreensão mutua dos indivíduos.

A razão não garante em legitimidade ética na ação humana, afirmando ainda que tais princípios éticos não são legítimos se forem usados para manipular ou dominar as pessoas. Neste contexto, as  ações  e  as  normas  humanas  somente  podem ser avaliadas, problematizadas ou legitimadas, do ponto de vista ético, por meio da ação discursiva entre indivíduos ou grupos em busca de consensos.

Habermas defende a ideia de que, através da ética discursiva,  é possível formular as normas que possibilitem a fluidez de um debate satisfatório, e com isso se possível, os fundamentos destas normas. A ética discursiva, portanto, é um modelo teórico que procura fundamentar a validade de argumentos e juízos éticos e morais através do exame dos pressupostos do discurso.

Com isso, em torno dos diálogos,  as  conclusões  devem  ser  consensuais  e devem  respeitar os interesses coletivos, observando as seguintes regras: A primeira é a regra da inclusão, onde todos os indivíduos são igualmente capazes de falar e participar dos discursos; A segunda é a regra da participação, onde todos os indivíduos podem expressar livremente suas convicções e problematizar as convicções expressas pelos seus pares; e por último, a terceira regra que é a da comunicação livre de violência e coação, aqui é importante que os indivíduos não sofram pressão do sistema político ou econômico ou qualquer outra forma de coação.

Com isso, Habermas procura apresentar e por em prática um ponto de vista moral baseado em uma racionalidade discursiva, defendendo que o discurso carrega em si grande importância para a democracia e que a garantia e o respeito dos interesses coletivos, observados pelas regras apresentadas, forneceriam validada ética, alcançando consenso e compreensão dos argumentos individuais.

E então pessoal, o que acharam? Espero que tenham gostado e que eu os tenha ajudado. Forte abraço a todos e até a próxima.

Prof. Joceilton S. Lemos

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