Quem foi Sócrates?

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Não se sabe tanto sobre a vida dele, mas uma coisa é certa, após a exposição de suas ideias, tudo mudou na filosofia. Quem é ele? Hoje falaremos de Sócrates! Bem, antes de Sócrates a filosofia era voltada para investigações cosmológicas, seus antecessores eram chamados de filósofos da natureza, ou ainda, pré-socráticos, tudo porque a centralidade das suas indagações estava na natureza, buscavam o elemento primordial da existência.   

Com Sócrates, nascido em 469 ou 470 a.C, a filosofia passou a ser mais “antropológica”, isso quer dizer que suas indagações filosóficas voltaram-se para o homem. Sócrates direciona suas questões para o ser humano, sua origem, identidade, angustias, desejos e deveres. Cabe aqui uma colocação muito importante. Sócrates não deixou nada escrito. Certo! Aí você me pergunta? Então como sabemos que o que ele sabia era realmente o que ele sabia e não outras pessoas que sabiam, mas e disseram que era ele que sabia?

Calma!!! Quanto a isso a resposta é simples. Na verdade, tudo o que sabemos sobre Sócrates sabemos através de seus discípulos, principalmente Xenofonte e Platão. Então, voltando a Sócrates, sabemos que ele era extremamente curioso e que gostava muito de manter uma “prosinha” com o pessoal da rua. Mas ele não está ali de bobeira, queria implementar o seu método filosófico, a DIALÉTICA SÓCRÁTICA.

A dialética Socrática tinha um objetivo muito simples: conduzir seus interlocutores a um profundo processo de reflexão em busca da descoberta dos próprios valores. Para isso ele considerava dois importantes pontos nesse processo. A Ironia e a Maiêutica.

Bem, já que o negócio era bater um “papinho” com a galera, Sócrates queria levar, através do diálogo, uma de suas máximas: “Só sei que nada sei”. Usando da Ironia, conduzia seu interlocutor a descrever o que ele acreditava saber sobre determinado assunto, então, mostrava que esses supostos conhecimentos não passavam de afirmações vazias, contraditórias e sem fundamento. Ou seja, fazia com que seus interlocutores reconhecessem a própria ignorância, a fim de separar o que de fato eles sabiam daquilo que apenas julgavam saber. A clareza sobre a real natureza do conhecimento   que   um   indivíduo   detinha   sobre um objeto oferecia condições para o trabalho com o próximo passo do método. 

Sócrates continuava a utilizar o recurso da pergunta, mas agora com a intenção de conduzir seus interlocutores a ideias próprias, pensamentos verdadeiros, reflexões válidas sobre um objeto de conhecimento. Ele entendia que casa um poderia “da-a-luz” aos próprios conhecimentos. Dar-a-luz? Sim, é exatamente isso! Não no sentido figurado é claro! Inspirado no ofício de sua mãe, que era parteira, surge a segunda etapa do seu método, chamada de Maiêutica, quer em tradução livre significa “arte do parto”. Sócrates nada desejava ensinar aos seus discípulos, pelo contrário, queria os fazer entender que poderiam “dar à luz” aos próprios conhecimentos, as suas próprias ideias.

Sócrates defendia o potencial da palavra falada e vivida como modo ético   de   ser   na   pólis.   Considerava   sua missão conduzir todas as pessoas à vivência do bem e da justiça.  Condenava com muita força a retórica sofística, ou seja, o discurso belo e tecnicamente eficaz que não se fundamentava na verdade e no conhecimento, sendo utilizado para impressionar, bajular ou manipular um público. Bem, mesmo sendo muito popular, Sócrates conseguiu reunir alguns “não mui amigos” que logo buscaram complicar a vida dele. Sócrates foi acusado de negar aos deuses da cidade, inserir deuses estranhos e de corromper a juventude com seus pensamentos.

Bem, como a justiça nem sempre funciona bem, Sócrates foi condenado no tribunal ateniense e ficou cerca de 30 dias presos antes de sua morte. Tendo inclusive oportunidade para fugir ou até mesmo pedir desculpas para escapar da morte, mas preferiu enfrentar sua pena do que negar tudo o que havia ensinado a seus discípulos. Morreu aos 71 anos, envenenado por cicuta.

Prof. Joceilton S. Lemos

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